sexta-feira, março 30, 2007

Reflexões do começo de um dia cheio

E a vida me surpreende como eu jamais imaginaria... E eu me pego pensando em amigos, e tendo saudade, e querendo voltar atrás, e querendo viver à frente, viver, viver, viver... Então percebo como são tolos os homens que roubam de si próprios o direito de viver. Pois esses mesmos homens evitam o mal, a dor, e os bloqueios impostos nas curvas do rio da vida, mas esses mesmos homens jamais saberão como é chegar ao oceano.

sexta-feira, março 23, 2007

Reflexões da madrugada

As minhas MELHORES reflexões surgem de madrugada. Aquelas que eu transformo em palavras. Quando eu gosto muito, entro e escrevo aqui, de madrugada mesmo (pode ver o horário das postagens). Ah... mas se engana quem acha que eu acordo tarde por causa delas! Geralmente às 8 eu tô de pé! Vida de tentativa de escritora + aspirante à jornalista + professora de inglês + universitária feliz é dura, huahua! Mais uma das minhas reflexões pra vocês...

Não desejo a ninguém desilusões... Mas tenha em mente que elas virão. É inerente à vida, e essencial ao crescimento do ser humano. Então, o que fazer diante delas? Desejo algumas coisas que ajudam como nada mais... Desejo uma família... Aquela à qual se recorre em seus sentimentos mais íntimos: aquela voz materna sempre tão doce, aquele abraço de pai sempre tão sincero, e aquele riso de irmão sempre tão gostoso... Desejo uns amigos... Não quaisquer uns, mas os melhores, que trazem no pacote os melhores momentos, os melhores conselhos e os melhores ombros pra chorar... Desejo alguém a quem amar... Sem amor, a vida perde o limite entre emoções valiosas e cotidiano sem graça... Desejo as melhores comidas... Um chocolate, uma lasanha, ou aquele pote de sorvete para afogar as mágoas quando simplesmente não adianta chorar o leite derramado... Desejo trabalho, muito trabalho... Coisas para ocupar a cabeça, tão cheia dos tropeços rotineiros... Desejo livros, filmes, músicas... Porque um pouco de cultura não faz mal a ninguém, e distrai sem nem ao menos percebermos como o tempo passou rápido... Desejo sorrisos que se abram... Pra que neles se possa encontrar a alegria de um novo amor (quando o velho já não basta) ou uma nova amizade (porque amigos nunca são demais)... desejo uma fé... Para que dela seja retirado o combustível para continuar e concluir, após se deparar com todos esses atibutos anti-desilusão, que a vida vale muito a pena.

terça-feira, março 20, 2007

Palavras apenas...

Algumas considerações dos últimos dias: Minha agenda anda parecendo "O Diário de Bridget Jones". Sério mesmo. Se eu transcrevesse o que tenho escrito nela aqui... Ninguém ia acreditar. Quem assistiu o filme ou leu o livro talvez entenda. Talvez eu esteja escrevendo assim por estar mais feliz. Talvez eu realmente SEJA mais feliz do que o resto dos mortais. E isso é bom. Muito bom.
Mas... A verdade é que é bom ter um lugar pra escrever SÓ PRA VOCÊ. Por isso meu blog é meu blog e minha agenda é meu diário. O que meu filtro permite que os outros vejam, eu coloco aqui. O que não permite... Ninguém jamais vai ver. E espero que minha mãe entenda isso.
Aliás, mãe... Você lê umas coisas aqui e fica impressionada. Acho que o pai também. Mas não se pergunte porque não te contei certas coisas... eu tenho vergonha demais pra contar. Escrevendo, não. Então pode ler esse blog à vontade.
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Começando o post mesmo... Ou melhor: Introdução!
Natália tem um sonho secreto: ser poetisa. Não que eu tenha a pretensão de viver disso (de forma alguma; eu morreria de fome, aliás)... Mas gostaria de ser um Vinicius de Morais que, meu Deus, escreve como ninguém. Me acho muito exigente comigo mesma. Mas enfim, fato é que eu escrevo semi-poesias (leia-se tentativa delas) desde os meus 12 anos. E a maioria é sobre amor. Hoje me deu vontade de colocar uma aqui, recente, porque mesmo sendo exigente... Sempre encontro alguém que goste (ou que minta pra mim). Mas enfim, aí vai:


"Escrevo palavras e palavras... mas não, elas não são suficientes pra que eu chegue ao teu coração. De alguma forma, me perco tentando entender aonde tudo isso vai me levar. É aí que me perco também nas palavras; elas que antes, dominadas por mim, eram capazes de comover, de convencer, de emocionar... E me vejo tendo que apelar para posturas, atitudes, quando isso é tudo que não sei tomar; isso é o que sei fazer de pior. Então percebo o quanto não sou mais eu, o quanto me tornei uma mera mistura de quem eu era com quem me torno sob a sua influência, sob a sua presença, e até sob a sua ausência. Se não sei o que dizer, e já escrevo sem nem ao menos saber porquê, recorro a um clichê, porém a mais pura verdade: você me deixa sem palavras, sem reação, sem nada..."
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Pra terminar, a última estrofe da minha primeira poesia sobre o amor (olha que linda, eu tinha só 12 anos!):


"Um dia, com você
Nas nuvens vou me encontrar
Vai ser um dia muito lindo
E com você eu vou voar..."

domingo, março 11, 2007

Reflexões de uma menina irritada

Eu não nasci perfeita. Nem eu, nem ninguém. Mas por que às vezes me acho a pior pessoa do mundo? Quem nunca teve um momento de raiva em que foi grosso(a) com a última pessoa que poderia ser, que atire a primeira pedra.
Então, andei refletindo sobre comportamentos e suas potencialidades. Me considero uma pessoa cordial. Um sorriso constante, um ombro amigo vigilante. Então, quem é a Natália que surge em momentos de irritação? Aquela capaz de dar patadas homéricas, aquela capaz de fazer maldades, de ter inveja, de cutucar, de magoar, de achar que o mundo gira em torno do próprio umbigo... Ela é tudo que eu não sou... Que eu não quero ser... Mas ela surge... às vezes.
Então, que me perdoe quem me vê de mau-humor ao acordar. Quem não ouve meu bom dia, quem não ouve nem minha voz... Não gosto de falar ao acordar. Odeio. Que me perdoem meus pais, que me contaram que eu era o bebê mais bem humorado ao acordar. Vocês não mereciam isso. Renan, meu irmão, você não merecia isso... Você brincando comigo e eu de mau-humor. Que me perdoem as minhas irmãs da Aleatória... Me perdoem!
Me perdoem o sorriso constante no rosto. Pois assusta ver que eu também fico brava. Assusta quando eu fecho a cara. As palavras doces assustam, porque vez ou outra dão lugar a respostas atravessadas.
Me perdoem a minha inconstância. Uma hora estou por demais feliz e vou te tratar como o melhor dos meus amigos. Vou cantar com você, e rir com você. Mas algo muda em mim, e já não quero mais tanto riso, quero um pouco de seriedade. Nesse momento, me afasto e você nem sequer entende porquê. Me perdoem!
Me perdoem o fato de eu relevar as coisas. Essa é a maior mentira que criei sobre mim. Eu não relevo, porque eu não perdôo. Eu não sei perdoar. O que você me fez, e me magoou, vou lembrar eternamente. E provavelmente vou jogar na sua cara assim que você vier me dizer o quanto está decepcionado comigo. Terrível isso, né? É... eu não sei perdoar. E o pior de tudo é que... Só posso pedir às pessoas que me perdoem por isso.

domingo, março 04, 2007

Não tente entender...

Já tentei entender porque tantas pessoas ainda querem ser espertinhas e parar nas vagas de deficientes físicos nos supermercados e shoppings lotados aos sábados. Mas a vida me sussurra: "Não tente entender...". Já tentei entender qual é a das pessoas que acabam com uma latinha de refrigerante dentro do carro, a caminho de casa, e insistem em jogá-la pela janela, quando eu aposto que elas têm um cesto de lixo no chão da cozinha. Mas a vida repete: "Não tente entender...". Já tentei entender porque torcidas organizadas se matam e tiram a beleza do esporte para o qual elas vivem. E a vida me berra "Não tente entender...". Já tentei entender de economia e queda na bolsa de valores, e o que leva às quedas, mas minha cabeça me repete "Não, de novo não... Não tente entender.". Já tentei entender porque as vezes o coração bate mais forte por alguém sem você nem conhecer a pessoa direito. Nessas horas, desistí de entender. Já tentei entender porque o coração resolve bater mais acelerado justo por alguém que você já conhece há algum tempo, tão seu amigo, tão do seu lado... Ainda tento entender. Mas a vida repete "Não, não tente entender...". Já tentei entender porque uns nascem pobres e outros ricos. Não entendi. Não entendo ainda, mas creio em algo. Mas a vida me diz "Não tente explicar...". Já tentei entender porque uns gostam tanto do amarelo, quando outros gostam do azul, e as meninas sempre do rosa, mas... Vai entender? Já tentei entender porque a gente vive... Mas a vida me diz "Você perde muito tempo tentando entender. Vá viver.". Já tentei entender porque tudo não tem uma explicação x, pra que a gente simplesmente parasse de perguntar. A vida me diz "Mandei você viver, não tente entender". Já tentei entender porque a vida dá voltas e nos vemos carregados para cá e para lá, e longe de quem amamos, e perto novamente, e criando laços novos, que nunca substituem os velhos, mas aumentam a saudade no nosso coração quando partimos novamente. E a vida me ensina "Não se deve entender, se deve sentir... Não tente entender...". Já tentei entender as pessoas que vão do 8 ao 80 em um segundo, que de um sorriso, vão a um brado, a uma braveza, e acabam com qualquer perspectiva de relacionamento estável entre você e ela, seja no ambiente de trabalho, ou como amigos. Não, parei, não tento entender... Já tentei entender porque oamor, a melhor das coisas do mundo, como é pregado, é tão antagônico, e dói como se fosse a pior das coisas do mundo... Não, não consigo entender... Já tentei entender porque dependemos tanto de café, Coca-cola e chocolate. Tá, é a cafeína, mas e aí? "Não tente entender, isso não é sua praia", me dizem os cientistas e nutricionistas de plantão. Já tentei entender porque se eu soubesse a resposta pra tudo isso, aliviaria um pouco minha curiosidade, minha angústia, meu desassossegado e a parte de mim que odeia o "não-saber". Não saber porque hoje chove, e amanhã faz muito sol, ou porque num dia a Lua está linda, e no outro não a achamos no céu. E porque eu, justo eu, tenho todas essas dúvidas, e carrego-as aonde vou, e intrigo quem não devia com minhas perguntas e análises, e páro a vida das pessoas pra que elas pensem um pouco. Hoje, eu, que me intrigo tanto, venho pedir que não tente entender, nem tudo que perguntei, muito menos a mim ou a você. Pra tentar explicar o porquê, aí vem o único porquê desse post, a razão de quem era a pergunta das razões, a frase de Clarice Lispector: "Viver ultrapassa todo e qualquer entendimento".